terça-feira, 30 de abril de 2013
A PEC das Trabalhadoras Domésticas: avanços, desafios e perspectivas na compreensão e efetivação de direitos
segunda-feira, 15 de abril de 2013
¡Por que somos contra a redução da maioridade penal!
Igualdade racial: uma tarefa que perpassa pela democratização da Universidade
“As ações afrmativas, portanto, encerram também um relevante papel simbólico. Uma criança negra que vê um negro ocupar um lugar de evidência na sociedade projeta- se naquela liderança e alarga o âmbito de possibilidades de seus planos de vida. Há, assim, importante componente psicológico multiplicador da inclusão social nessas políticas. A histórica discriminação dos negros e pardos, em contrapartida, revela igualmente um componente multiplicador, mas às avessas, pois a sua convivência multisecular com a exclusão social gera a perpetuação de uma consciência de inferioridade e de conformidade com a falta de perspectiva, lançando milhares deles, sobretudo as gerações mais jovens, no trajeto sem volta da marginalidade social. Esse efeito, que resulta de uma avaliação eminentemente subjetiva da pretensa inferioridade dos integrantes desses grupos repercute tanto sobre aqueles que são marginalizados como naqueles que, consciente ou inconscientemente, contribuem para a sua exclusão.” (Min. Ricardo Lewandowski, Relator da ADPF 186)
A sociedade discutindo o futuro da cidade: revisão do Plano Diretor
Você sabe o que é o plano diretor estratégico?
Tido como instrumento norteador no processo de planejamento urbano, constitui num conjunto de princípios e diretrizes que guiarão a atuação da gestão na construção do espaço urbano da cidade, o Plano Diretor possui em seu nome sua própria defnição. É um plano de orientação de todas as ações concretas a respeito da intervenção no território, dependente da aprovação da Câmara. Seu direcionamento e importância demanda sua elaboração através de um diagnóstico da realidade social, econômica e política da cidade. Elaborado como lei municipal, o plano a ser modifcado é de 2002, e trata sobre políticas públicas de urbanização, macrozoneamento, conservação e sustentabilidade.
terça-feira, 9 de abril de 2013
¡AUDIÊNCIA PÚBLICA SOBRE O PIMESP (PLANO DE INCLUSÃO POR MÉRITO) COM A PRESENÇA DOS REITORES DA USP, UNESP E UNICAMP!
Reforma Política: mudanças necessárias para o aprofundamento da Democracia
Estrutura universitária que exclui: a participação nas eleições para Reitor e Diretor
A contraditória Rede de Marina Silva
Uma das principais novidades recentes da agenda política brasileira foi o surgimento do novopartidoda ex-Ministra do Meio Ambiente Marina Silva. Lançado há duas semanas num hotel de luxo em Brasília, ganhou bastante cobertura da imprensa nacional. Nomes como Walter Feldman (deputado federal do PSDB- SP), Ricardo Young (vereador no município de São Paulo), Guilherme Leal (empresário dono da Natura) e Heloísa Helena (candidata a presidência da República em 2006 pelo PSOL) foram algumas das presenças de maior destaque e deverão se fliar assim que a nova legenda conseguir seu registro ofcial. A Rede Sustentabilidade, ou apenas Rede, surge com um discurso de que efetivamente representa uma “novidade” e que é uma alternativa pra superar “a bipolaridade de partidos políticos já desgastados”. Anteriormente, Marina chegoua declarar que seu partido seria “sonhástico”, em antagonismo com o tradicional pragmatismo reinante na política nacional. Uma análise um pouco mais minuciosa, entretanto, nos revela a fragilidade e a incoerência desse discurso salvacionista.
Em primeiro plano, a legenda é comumente tratada como “partido da Marina”. Isso conota a sua associação direta com uma liderança política individual, e não com uma plataforma programática ou com setores da sociedade civil organizada. Ressalta-se, também, o fato de sua origem se relacionar diretamente como projeto dessa liderança de se candidatar à presidência da República em 2014, ou seja, nasce de uma ambição eleitoralista e de forma completamente verticalizada. Essas
são as primeiras (de muitas) semelhanças com os partidos tradicionais.
Os nomes apresentados também são bastante heterogêneos. Em São Paulo, a grande fgura é o deputado Feldman, outrora grande aliado de José Serra e Gilberto Kassab, dos quais foi secretário na prefeitura de São Paulo. Ele, além de tucano histórico, foi líder do governo Mário Covas durante todo
o processo de privatização de estradas e empresas públicas. Um neoliberal convicto. Nas Alagoas, por sua vez, chama a atenção a presença de Heloísa Helena, candidata em 2006 a presidência pelo PSOL em aliança com o PSTU. Heloísa, ainda que ferrenha opositora do aborto (posição compartilhada por Marina), se diz uma “socialista radical” em sua própria defnição. Declarou na próprio lançamento que “luta contra o capital” (sic). O que a une a Walter Feldman? Apenas o fato de estarem isolados em seus partidos atuais. Ou seja, são fliações relacionadas a anseios meramente individuais: o que há de novo nisso?
Marina Silva, num pronunciamento que muito lembrou Gilberto Kassab ao defnir
o também neófto PSD, declarou não ser “nem situação, nem oposição, mas sempre com posição”. A frase confusa só confrma seu enorme vazio programático.Ela não se posionou sobre temas fundamentais como economia, política social, relações internacionais, saúde ou educação. Fez, contudo, críticas etéreas ao “modelo desenvolvimentista” do governo Dilma Rousseff que seria, segundo ela, ambientalmente agressivo, mas sem sustentar nenhuma proposta alternativa. Interessante é que os setores mais poluentes e devastadores como o agronegócio ou a mineração nunca são nem mesmo citados pelos discursos marineiros.
Numa das raras posições efetivamente defendidas pela pré-candidata, o que se viu foi um enorme conservadorismo. Marina Silva defendeu um plebiscito para aprovar o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Ou seja os direitos de uma minoria historicamente oprimida têm que ser referendados por uma maioria. Tal concepção cruel é a mesma compartilhada pelo pastor homofóbico Silas Malafaia (que em 2010 chegou a declarar apoio à Marina em sua primeira candidatura a presidência).
O partido em seu estatuto restringe doação de campanhas de determinados setores econômicos (o que não inclui nem bancos, nem empreiteiras), mas não defende o fnanciamento público. Em relação às fnanças partidárias, chama atenção que a fgura responsável para arrecadação do partido seja ninguém menos que Neca Setúbal, herdeira do Banco Itaú. Vale ressaltar que a empresa
perdeu fatias signifcativas do mercado por conta da redução das tarifas de juros dos bancos públicos no governo Dilma.
Como se percebe, a Rede Sustentabilidade não possui grandes diferenças dos partidos da velha política. Ele tem sido tão festeja pela grande imprensa por se tratar de uma tentativa de atrair setores que não se alinham com a oposição tradicional (PSDB e DEM) para o campo conservador. Agrega-se a essa conjuntura a pífa atuação de quadros políticos antes tidos como protagonistas. O inerte senador Aécio Neves, alçado como maior fgura pública nacional do partido de Fernando Henrique Cardoso, por exemplo, tem mais destaque nas colunas sociais da noite carioca do que nos enfrentamentos com o governo. Já Marina teve 20 milhões de votos em 2010, além de ter marcante apelo em setores identifcados como o governo do PT (jovens e evangélicos da classe C e D). Sua candidatura é, assim, fundamental para que ocorra segundo turno em 2014, ainda mais num momento em que o governo Dilma possui aprovação de quase 80% da população. ¡C!
¡Carta de apresentação!
Frente a um grande descontentamento e ao enorme vazio na política acadêmica enfrentados nos último anos, surge o Coletivo Contraponto, uma real alternativa de esquerda no movimento estudantil do Largo São Francisco e da USP.
Por entender o movimento estudantil como agente político fundamental no processo de mudanças da sociedade e um qualifcado polo de discussões acerca dos mais variados temas de relevância acadêmica e nacional, é que nos organizamos. Acreditamos que a missão do movimento estudantil é o aprofundamento da democracia brasileira e a superação das injustiças sociais.
Surgimos como um real contraponto ao tipo de política que vem sendo feita nasArcadas: puramente eleitoralista, sempre acompanhada de personalismos, fsiologismos, egolatrias, carguismos e que tanto afastou e desencantou os alunos do Largo, outrora privilegiado propulsor de novas ideias e de transformações na realidade brasileira.
De um lado, um grupo que gere o CentroAcadêmico há muitos anos: inerte, despolitizado e apático, que trata uma entidade política como um simples prestador de serviços e organizador de baladas. De outro, um grupo que efetivamente não faz nenhuma oposição real e reproduz uma lógica burocrática, tacanha e auto-referenciada, repetidor exaustivo de chavões decorados, muitos deles anacrônicos.
O que se viu na disputa eleitoral ano passado foram divergências meramente formalísticas em detrimento de qualquer debate mais sério de conteúdo ou de pautas. Os estudantes não podem ser reféns de uma dicotomia tão pobre e pouco representativa. O que se vê na disputa política franciscana recentemente tem, inclusive, beirado o caricatural. Debates fundamentais não podem continuar sendo solenemente ignorados.
Como um contraponto ao que se diz e ao que se faz atualmente nas Arcadas, combatemos
o velho e ainda tão presente senso comum do pensamento conservador. Nos unimos por uma Universidade profundamente pública no acesso, democrática no conteúdo, e popular no ensino.
Que enxerguemos todos os estudantes enquanto atores políticos da transformação da realidade social do país, cerrando fleiras ao lado dos trabalhadores, dos movimentos sociais e das demais forças progressivas atuantes. Que nosso Coletivo seja o instrumento de nossas lutas e espelho de nossos sonhos, e não palco de meras vaidades individuais expostas desnecessariamente no espaço público. Por um Brasil socialmente mais justo, verdadeiramente democrático, pelo tomada de consciência política dos estudantes.
Nossa identidade é política. É coletiva.
É tempo de esperança, de pensar e escrever uma nova esquerda no Largo. ¡C!