sábado, 19 de abril de 2014

Nota de repúdio ao caso de racismo no campus da USP Ribeirão Preto

O racismo está presente na sociedade brasileira, e se revela muitas vezes explicitamente nas estatística de oportunidades de estudo, emprego, e nas posições de poder político e econômico.

Na USP, vanguarda do atraso, ainda não há qualquer política afirmativa de acesso baseada em cotas raciais e sociais. A falta de empoderamento d@ negr@ enquanto protagonista da sociedade se revela na composição étnica-racial da universidade. Enquanto as federais brasileiras enfim começam um processo de democratização racial e econômica de suas vagas, impulsionadas pela Lei de Cotas, a USP permanece com menos de 15% de seus matriculados negr@s (no curso de Direito, cai a menos de 10%), num país em que mais da metade das brasileiras e dos brasileiros é negra.

O racismo nos números também se mostra no assassinato em massa da juventude negra e pobre das periferias das grandes cidades: pesquisa recente da UFSCar mostra que dois terços das mortes ocasionadas pela violência policial tem como vítimas jovens negr@s. As recentes agressões racistas no futebol (muitas vezes objeto de anuência das organizações dos jogos, posto que materialmente os agressores ficam impunes), por exemplo, são face explícita da ignorância e do preconceito.

O recente caso do jovem agredido (e ameaçado de morte) no campus Ribeirão da USP, contra um dos poucos estudantes de Direito negro da Universidade de São Paulo, é mais uma ocorrência que mostra como o racismo é uma realidade absolutamente próxima de todas e todos nós. Este vídeo relata o ocorrido, feito pela Frente Contra Opressões do Campus da USP de Ribeirão Preto e pela mídia Antimatéria.

Que nos sirva de reflexão e debate, assim como de estímulo para seguirmos adiante em nossa luta!

Centro Acadêmico XI de Agosto - Gestão Coletivo Contraponto2014

http://youtu.be/JzunbuuC2ZU

quinta-feira, 3 de abril de 2014

ESTUDANTES SEM NENHUM CRÉDITO: VAMOS PERMITIR?

ESTUDANTES SEM NENHUM CRÉDITO: VAMOS PERMITIR?

Em nossa Faculdade, passamos por uma conjuntura delicada. Mais de 30 estudantes simplesmente não possuem nenhum crédito matriculado e possuem risco real de perder todo o semestre. Essa desconfortável situação se deve a uma série de arbitrariedades da Seção de Alunos advindas de uma deliberação da Comissão de Graduação (CG).

Como muitos veteranos e veteranas já sabem, o sistema JupiterWeb nunca representou nenhuma garantia real de conquista de créditos. Muitas vezes, uma série de créditos são indeferidos e o momento da retificação manual da matrícula junto a Seção de Alunas é o que de fato permite que estudantes cursem as matérias de interesse, em alguns casos mesmo as matérias nas salas de origem. Esse ano, como em todos os outros, muitos estudantes tiveram suas matérias completamente indeferidas no JupiterWeb e por meio do processo de retificação tiveram acesso a elas. Ou seja, o tal sistema virtual muitas vezes se mostrou uma mera formalidade. Para alguns, uma mera inutilidade.

Nesse sentido, muitos estudantes optam por fazerem suas matrículas apenas na retificação presencial junto à Seção de Alunos, ignorando os prazos do JupiterWeb. Dentre as razões para isso, é que nos três períodos de interação no sistema digital os professores das respectivas matérias não haviam sido divulgados – um aspecto bastante central na escolha delas. Tal prática sempre foi aceita em nossa Faculdade, assim como em muitas outras unidades da Universidade de São Paulo (USP). Os cursos de História e Ciências Sociais são alguns exemplos. Houve, no entanto, uma arbitrariedade.

Todas aquelas e todos aqueles que não tinham participado das interações do Sistema JupiterWeb, tiveram seus ofícios de retificação sumariamente ignorados. Isto é, não tiveram acesso a nenhum crédito até o presente momento e sofrem uma ameaça seríssima de perderem completamente o semestre. Além das complicações óbvias dessa questão, é importante ressaltar que essas e esses estudantes, por não estarem regularmente matriculados, não podem estagiar de acordo com os trâmites legais, nem mesmo receber bolsas de extensão, iniciação científica e permanência estudantil. Muit@s d@s estudantes oriundos de cidades do interior do estado, e de outros estados, tiveram sua razão e até mesmo seu meio de sustento para morar em São Paulo completamente desfeitas.

Devido à gravidade do problema acima exposto e à insensibilidade da burocracia universitária até agora, o XI de Agosto – Gestão Contraponto propôs uma paralisação, que foi derrotada na Assembleia Geral dos Estudantes, das atividades letivas da graduação na próxima segunda-feira, dia 7 de abril, data da próxima reunião da Comissão de Graduação, na qual os ofícios serão reanalisados em sede de recurso. Tal posicionamento, defendido em conjunto com outr@s estudantes, atende o objetivo de acumular força entre @s estudantes em mobilização e nossa unidade neste momento, em que colegas nossos correm sérios riscos de ficar sem semestre e não terem nenhuma possibilidade de se formar no prazo normal de 5 anos. Que esse acúmulo de forças exerça real poder de pressão para que @s professores se sensibilizem com o movimento e mudem sua posição, até agora excessivamente formalista.

Por conta disso tudo, toda a comunidade acadêmica tem o dever e a responsabilidade de se solidarizar com a causa dess@s estudantes prejudicad@s. Mais do que uma mera arbitrariedade, tal atitude apenas prejudica pessoas e, em nada, resolve problemas estruturais ou pedagógicos da nossa Faculdade -as matrículas continuam um caos e as incertezas persistem. Representa um mera sanha punitiva de uma burocracia perante alunos que agiram de boa-fé.

O Coletivo Contraponto, Gestão do Centro Acadêmico XI de Agosto em 2014, e estudantes que conosco compartilham dessa posição, usará todo seu peso institucional e sua capacidade de organização política para mobilizar @s estudantes para estarem presentes na frente da porta da Comissão de Graduação (CG) – ao lado da Sessão de Alunos e do Bandejão- às 14h de segunda-feira, dia 7 de abril, para que tod@s @s prejudicad@s com as arbitrariedades consigam se matricular. Para tanto, organizaremos uma atividade na sexta-feira, 4 de abril, às 10h, e na segunda-feira, dia 7 de abril, com professores da Faculdade. Coletaremos assinaturas para um abaixo-assinado a partir de hoje a ser entregue na porta da CG, e realizaremos uma oficina de cartazes na segunda-feira, dia 7, de manhã. É hora de unidade e mobilização por solidariedade às nossas colegas e aos nossos colegas prejudicad@s!

Estudantes do Largo São Francisco, vamos estar na porta da Comissão de Graduação segunda-feira às 14h00! Pel@s noss@s colegas no presente e para que a Faculdade de Direito da USP seja mais democrática no futuro!

Centro Acadêmico XI de Agosto – Gestão Coletivo Contraponto 2014

terça-feira, 1 de abril de 2014

#DitaduraNuncaMais

Nesta terça-feira, 1 de Abril de 2014, nos 50 Anos do Golpe de 1964, o Centro Academico XI de Agosto - Gestão Coletivo Contraponto realizou o grande ato '50 Anos do Golpe Militar: Repressão Ontem e Hoje'.

Este ato, que saudou tod@s que resistiram bravamente à Ditadura Civil-Militar e não esqueceu seus entulhos autoritários, em especial a estrutura militarizada da polícia, que ainda hoje fazem inúmeras vitimas em nosso país, terminou com a inauguração da placa abaixo onde se lê:

''As e os estudantes da Faculdade estiveram de luto pelo cinquentenário do golpe civil-militar de 1964, em nome de todas e todos que lutaram contra a ditadura e de quem, ainda hoje, é vítima da repressão.

Para Não Esquecer o Que Continua Acontecendo.

Centro Acadêmico XI de Agosto

São Paulo, 1 de Abril de 2014''

#DitaduraNuncaMais