domingo, 11 de agosto de 2013


Nota do Coletivo Contraponto  


Na última quinta-feira (08/08), foi decidido em assembléia geral estudantil, o mecanismo institucionalizado mais democrático e deliberativo encontrado para definir as pautas dos estudantes na faculdade, a abertura de um processo de greve dos estudantes, já que, diante de uma enorme ineficiência na realização das matrículas, a greve foi a opção escolhida para protestar e cobrar mudanças da diretoria. Importante ressaltar que a greve não se limita à questão das matrículas, englobando também a insatisfação da comunidade universitária com o escasso oferecimento de matérias optativas em suas áreas de interesse, prejudicando, assim, a sua formação profissional; com a desvalorização das atividades de pesquisa, extensão e optativas livre, com o limite de apenas 12 créditos livres; dentre outros problemas e descasos existentes em nossa faculdade.

O Coletivo Contraponto se coloca favorável à greve na faculdade e se dispõe a propor diálogos de diversas formas visando à conscientização de toda comunidade franciscana, pois julga fundamental considerar a greve um processo material, isto é, um processo o qual necessita de um grande trabalho de debates para que o maior número de pessoas se convençam que aderir ao movimento grevista é importante para além de resolver o problema das matrículas, pois ele busca ampliar a atividade democrática dentro do universo estudantil.

Entendemos como natural a não adesão inicial de alguns alunos, e, por essa razão, ressaltamos o processo de convencimento como o ponto nevrálgico para potencializar a força do movimento . Entretanto, consideramos negativo o comportamento, muitas vezes agressivo, que se observou na faculdade com os chamados " fura-greve", pois, além de não acrescentar em nada para a greve em si, essa taxação acaba por tirar a possibilidade da abertura de um diálogo democrático com esse aluno.

Em relação aos estudantes que já aderiram o processo de greve, urge ressaltar a consciência coletiva desses e a preocupação com os caminhos que a faculdade toma, consciência esta que, se repetida para além dos muros da universidade, só contribui para a construção de um país mais democrático.

Ressaltamos a necessidade premente de reformas nas estruturas de nossa universidade, especialmente no que tange ao seu sistema anti-democrático de escolha da Reitoria. Necessária, também, a aprovação de reformas nas instâncias deliberativas da São Francisco, com vista ao empoderamento político dos trabalhadores e estudantes, para que a comunidade acadêmica tome decisões que sejam fruto de um processo democrático e participativo. Essa desigualdade de forças nos debates sobre nossa escola fica clara na composição da Congregação, órgão deliberativo máximo da Faculdade, com mais de 70 professores, frente a apenas 4 alunos e 3 trabalhadores.

É nesse contexto que, além de nos posicionarmos favoráveis à greve, e com o intuito de dar continuidade a agenda de eventos desta, convidamos a todas e todos para participarem da aula pública que será ministrada pelo professor Sérgio Shecaira na terça- feira ás 11h no páteo das Arcadas.

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