BALANÇO DA AGE!
A posição do XI de Agosto e os próximos passos
Na última AGE, realizada ontem, dia
26, decidiu-se, por 215 contra 41
votos, que xs estudantes da Faculdade
de Direito de São Paulo realizarão uma
paralisação de suas atividades letivas
em apoio à reivindicação da ADUSP
(Associação de Docentes da USP) e do
Sintusp (Sindicato dos Trabalhadores
da USP) pela recomposição salarial da
inflação (cerca de 6,5%) mais reajuste
real, somando 9,8%.
Além das reivindicações dxs
trabalhadorxs e professorxs, visando
alterar o atual cenário de falta de
transparência nos gastos, a ausência
de democracia e a insuficiência de
financiamento, foram adicionadas as
seguintes pautas:
• paridade no órgãos colegiados (para
reverter a estrutura de poder
antidemocrática vigente nos órgãos
deliberativos da Universidade),
• abertura de contas e auditoria da
USP e
• aumento do repasse do ICMS (de
9,57% para 11,7%).
Essa decisão vem a somar um
apoio fundamental à luta já iniciada
contra a política de arrocho salarial
(representada pela diminuição real de
salários dos servidores técnicos e
professores da Universidade) da
gestão da nova reitoria de Marco
Antonio Zago.
Além da marca terrível da
diminuição salarial, a nova gestão já se
notabiliza também pelo signo da falta
de diálogo: o reitor sequer aceita
negociar e ouvir as reivindicações
apresentadas; o que torna toda e
qualquer disposição de luta em
solidariedade às reivindicações ainda
mais crucial.
Durante a Assembleia houve
também a proposta, derrotada por 261
a 242 votos, de imediata realização de
uma greve até as que as reivindicações
fossem atendidas. O XI de Agosto –
Gestão Coletivo Contraponto – se
posicionou contrário a tal medida, por
entender que a paralisação cumpriria
melhor o papel tático necessário ao
atual movimento (ainda muito
embrionário) em nossa Unidade;
servindo melhor, portanto, ao
propósito de acumular força política
para uma construção mais efetiva de
mobilização por nós da Sanfran.
A Assembleia foi a primeira
oportunidade de discussão pública do
assunto dentro das Arcadas. O caráter
ainda nascente do movimento na
faculdade deve ser reconhecido.
Consequentemente, o pouco acúmulo
de debate que a maioria dxs
estudantes ainda possui sobre os
recentes acontecimentos envolvendo
os cortes orçamentários nas
universidades estaduais não pode ser
ignorado, sob o risco de sermos
vítimas de um distanciamento
arrogante que tanto mal já fez à
legitimidade dos espaços e das
movimentações estudantis.
Avaliamos que uma
paralisação pode levar ao cabo o papel
ainda inconcluso de massificar a
discussão entre a grande maioria dos
estudantes. É importante destacar que
tanto a paralisação quanto a greve são
instrumentos para obtenção de
vitórias concretas. A adoção de uma
tática ou de outra se dá baseada em São Paulo, 27 de Maio
uma análise das necessidades
impostas pela atual conjuntura do
local onde atuamos enquanto sujeitos
políticos.
No atual momento, cumpre
papel importante ao nosso
movimento massificar a discussão e
trazer mais pessoas dispostas a lutar
pelo seu lado. Greves não
necessariamente avançam em direção
à obtenção de vitórias, visto que se
realizadas sem uma devida difusão
prévia de suas pautas entre a massa
dos estudantes estas costumam, pelo
contrário, gerar esvaziamento de suas
ações, acarretando perda de
legitimidade e dificuldades
consideráveis ao cumprimento do que
se propõem.
Não queremos mais lutas
perdidas pelo distanciamento de um
movimento estudantil que costuma
ignorar um fato simples, mas crucial:
greves têm força política quando
conseguem agregar o maior número
possível de pessoas às suas pautas. E
por mais que as 242 pessoas que
votaram a favor da greve sejam um
contingente considerável,
precisamos conquistar o restante da
grande maioria dos estudantes a lutar
pelas bandeiras levantadas. Não
somente em solidariedade à luta dxs
funcionárixs e professorxs, mas por
uma universidade verdadeiramente
pública no acesso e democrática no
ensino e em sua gestão.
Somente com um pátio cheio
de pessoas conseguiremos criar uma
movimentação com real poder de
influência nos avanços da greve dxs
trabalhadorxs (iniciada no dia 27,
terça-feira) capaz de abrir
perspectivas positivas para futuros
novos passos na São Francisco.
Convocamos, por isso, a
presença de todxs xs estudantes na
construção da paralisação do dia 29 de
maio, próxima quinta-feira, para que
se somem a uma luta que não diz
respeito apenas às categorias
prejudicadas, mas principalmente ao
projeto de universidade que queremos
defender em contraposição ao projeto
elitista, antidemocrático, privatista e
de arrocho salarial que vem sendo
implementado hoje.
Além disso, desde já se
convoca outra Assembleia para o dia
29, quinta-feira, às 19h (1º turno) com
a pauta relativa ao balanço da
mobilização e os próximos passos. A
presença de cada pessoa na
paralisação e na próxima AGE é
essencia
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