NOTA EM REPÚDIO À AÇÃO DA POLICIA DO ESTADO DE SÃO PAULO
Na tarde desta quinta-feira (23), policiais civis protagonizaram novas cenas de repressão e barbárie contra usuários de crack na região conhecida como “cracolândia”, no bairro da Luz, centro de São Paulo. Segundo o Departamento Estadual de Prevenção e Repressão ao Narcotráfico (Denarc), agentes chegaram à região às 15h para prender um cidadão acusado de tráfico de drogas. Um grupo teria protestado no momento da abordagem, atirando pedras e pedaços de pau contra os policiais e a viatura, o que motivou os policiais a convocar reforços. Após alguns minutos, dez viaturas chegaram ao local, iniciando uma ação truculenta - na qual se utilizaram bombas de efeito moral e, segundo a Prefeitura, balas de borracha - contra aquela população. Por fim, 31 pessoas foram detidas.
A operação desastrosa realizada hoje pela Polícia Civil é rotina dentro do modelo de gestão do governo estadual paulista no combate às drogas. Ao tratar essa matéria como uma questão de polícia, transformando os usuários, em especial os de baixa renda, em criminosos, o governo reprime covardemente uma população já vulnerável, comprometendo qualquer processo de superação do vício e reinserção na sociedade. É urgente rever essa política, que desconsidera a humanidade dos dependentes químicos; é preciso que o Estado trate o problema como uma questão de saúde pública, prestando assistência médica, psicológica e social às usuárias e aos usuários, de modo que possam se reinserir na sociedade sem sofrer violações à sua dignidade.
Nesse sentido, o Centro Acadêmico XI de Agosto - Gestão Coletivo Contraponto manifesta absoluto repúdio à ação policial de hoje, de caráter claramente higienista, e convida todas e todos para o ato que será realizado nesta sexta-feira, às 15h, na Rua Líbero Badaró (Centro).
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