O
Oito de Março, popularmente conhecido como Dia Internacional da
Mulher, é constantemente lembrado por muitos e muitas de nós como a
data de se felicitar com flores ou presentes aquelas mulheres que
fazem parte de nossas vidas. O que se deixa de lado, na verdade, é
que a data é simbólica por remeter a uma trajetória e uma história
maiores das lutas feministas, o que resulta em um dos dias do ano de
maior manifestação e luta das mulheres.
Sua
origem data de 1857, por conta de uma greve geral de trabalhadoras
tecelãs de uma fábrica em Nova Iorque, nos Estados Unidos, em que a
reivindicação por condições mais dignas de trabalho custou-lhes a
vida. Trancadas dentro da fábrica, esta foi incendiada. Suas vozes,
contudo, mantiveram-se ecoantes até que, em 1910, na 2ª Conferência
Internacional das Mulheres Socialistas, na Dinamarca, foi declarada
por Clara Zetkin, feminista histórica, como data oficial da luta
internacional das mulheres.
Desde
então, a luta feminista carrega consigo diversas vitórias como a
inserção das mulheres no mercado de trabalho, a possibilidade do
voto feminino, o direito ao divórcio e a inserção de mulheres no
espaço da política. Como forma de relembrar essas lutas, o Oito de
Março se solidifica. Mas o que leva milhares de mulheres às ruas é
a reivindicação de demandas fundamentais para o respeito à mulher,
a luta por uma igualdade de fato que não as diferencie e hierarquize
com inferioridade por seu gênero, por serem mulheres.
Isso
porque, importante ressaltar, apesar dos avanços conquistados, o
machismo ainda é existente na nossa sociedade. A mulher adentra o
mercado de trabalho, mas tem um teto de vidro construído socialmente
por uma divisão sexual que as coloca em posições diminuídas e as
obriga a duplas jornadas de trabalho. Mesmo com o direito ao voto, os
espaços políticos são majoritariamente masculinos, além de as
políticas públicas para mulheres sofrerem inúmeros entraves para a
sua efetivação. O cotidiano das mulheres é atacado com assédios
morais e sexuais, violência e controle de sua sexualidade.
Dentro
do ambiente da própria universidade, situações degradantes ocorrem
com as mulheres como as atitudes contra a Frente Feminista da USP São
Carlos em sua manifestação do Miss Bixete e algumas tarefas do
IntegraPoli. Essa realidade demonstra como a discussão sobre o
enfrentamento ao machismo e ao patriarcado são essenciais para uma
transformação real da nossa sociedade.
Neste
ano, o ato tem como tema o combate à violência contra a mulher em
suas variadas formas. É preciso perceber como o racismo, a
lesbofobia, a homofobia e a divisão de classes influenciam de
maneira gritante à manutenção de desigualdades perversas e
impeditivas na construção de uma realidade justa para todas e
todos. O amplo campo de atuação do movimento feminista, ao exigir o
combate de toda e qualquer opressão que estruture a sociedade, é
fundamental para que consigamos uma sociedade verdadeiramente
igualitária. Por isso, convidamos todas e todos a fazer parte desta
luta! ¡C!
Convidamos
todos e todas ao Ato 8 de março
Concentração
Praça da Sé, 13hrs – Centro SP
“Mulheres
em luta contra a violência
machista, racista e
lesbofóbica!”